PROJECTOS RECENTES
Porto Oriental
Mapeamento em 2018
Textos AA Alexandra Areia, CMM Carlos Machado e Moura, IM Inês Moreira, IO Ivo Oliveira
Matadouro Industrial do Porto, 2018-...Kengo Kuma & Associates + OODA
Promotor: Câmara Municipal do Porto
Construção e exploração: Mota Engil – Engenharia e Construção
Rua de São Roque da LameiraO antigo Matadouro Industrial do Porto (1910) situa-se entre o icónico Estádio do Dragão, o Mercado Abastecedor e a Praça da Corujeira, numa cota mais baixa, o que o tornou invisível a partir dos grandes eixos de acesso à cidade. Da VCI e comboio vêem-se apenas coberturas; o acesso pedonal é inóspito, excepto na circulação dentro do bairro. O novo projecto, proposta vencedora da MotaEngil que aí investirá 40 milhões de euros, consiste numa ampla cobertura de metal, telha e vidro, modelada como superfície topológica em três cumeeiras. Cobre todo o recinto histórico, os edifícios preexistentes bem como o novo “edifício-ponte” que ligará o complexo ao Metro sobre a VCI. Eliminando os muros frontais, oferece uma nova praça. A fortíssima expressividade do projecto pretende criar visibilidade desde as vias rápidas de ligação metropolitana. O programa funcional do conjunto, com empresas e espaços culturais diversos e um “edifício ponte”, assemelha-se àqueles delineados em 2016 por Garcia & Albuquerque.
Parque Oriental da Cidade do Porto, 2010-...Sidónio PardalPromotor: Câmara Municipal do Porto
Avenida Francisco Xavier Esteves / avenida Cidade de Léon
Inaugurado em 2010 (1.ª fase), o Parque Oriental conta actualmente com uma área de 9ha – menos de um quinto da superfície total (53ha) prevista no projecto do arquitecto paisagista Sidónio Pardal – e será o segundo maior da cidade. Desenvolve-se de forma linear ao longo do curso final do rio Tinto, cujo processo de valorização e despoluição – através da construção de um interceptor – constitui um aspecto determinante para a continuidade do desenvolvimento do parque. À semelhança do Parque “Ocidental” da Cidade – com 80ha e projectado pelo mesmo autor, tendo demorado vinte anos a ser realizado, o Parque Oriental procura transformar um conjunto fragmentado e acidentado de campos num contínuo natural, com uma arquitectura cuidada de percursos e cursos de água, capaz de assimilar antigos caminhos rurais e a flora existente, como um antigo maciço de sobreiros e carvalhos requalificado e integrado no desenho do parque.
Terminal Intermodal de Campanhã, 2017-...Brandão Costa arquitectosProjecto 2017-18 / Construção 2019-...
Promotor: Câmara Municipal do Porto / Gabinete de Obras Públicas (GOP)
Rua Pinheiro de Campanhã
Nas imediações da Estação de Campanhã, o futuro Terminal Intermodal vem juntar a valência rodoviária ao transporte ferroviário e cerzir um território fragmentário entre a VCI, a Circunvalação e o caminho-de-ferro. Esta operação, estrutural para a mobilidade da Área Metropolitana e crítica para o desenvolvimento de Campanhã, estava planeada desde 2003 e foi objecto de um concurso público de arquitectura em 2016, devendo a empreitada arrancar no início de 2019. A solução vencedora, de Nuno Brandão Costa, propõe uma estrutura semi-enterrada de dois pisos que se dissimula sob um jardim arborizado e se volta para um novo parque urbano com 22 000m2. A sua geometria, de grande simplicidade, disciplina a morfologia do terreno e estabelece um limite físico entre a estação e o tecido adjacente. Porém, é a valência paisagística que se assume como a mais-valia determinante do projecto, qualificando a zona ao nível ambiental e do espaço público.
Ponte D. António Francisco dos Santos, 2018-...Promotor: Câmaras municipais do Porto e de Gaia
Avenida Gustavo Eiffel (Porto) / rua do Areinho (Gaia)
A futura ponte vem responder aos constrangimentos de mobilidade entre Porto e Gaia, em especial a saturação da Ponte Dom Luís I. Perante a impossibilidade de alargar o seu tabuleiro inferior (à imagem do realizado no tabuleiro superior), por razões de integridade patrimonial, optou-se pela pedonalização, sendo a circulação automóvel assegurada por uma nova ponte à cota baixa.
Esta sétima travessia entre Porto e Gaia unirá assim Campanhã e Oliveira do Douro, tendo a localização entre as pontes de São João e do Freixo (segundo uma possibilidade avançada num estudo do engenheiro Adão da Fonseca) sido determinada sobretudo em função do ponto mais estreito entre as duas margens. Pretende-se que tenha um carácter de “arruamento” e antevê-se a necessidade da construção de uma rotunda do lado do Porto para melhorar a geometria da entrega da ponte. Em breve será lançado o concurso de concepção e a realização está prevista para os próximos quatro anos.
Ilha da Bela VistaCerejeira Fontes Arquitectos + ImagoPromotor: Laboratório de Habitação Básica (LHB) e Domus Social – Empresa de Habitação e Manutenção do Município do Porto, EM
Rua D. João IV 832Nesta ilha – uma das três que são propriedade do município – não se altera a área de implantação, mantendo 35 habitações preexistentes e um valor de rendas reduzido. Asseguram-se condições de habitabilidade sem intervir nos paramentos de alvenaria de granito e, graças ao redesenho do perfil de cobertura, cria-se um espaço de desvão que expande a área habitável da casa. Garantem-se ventilação e iluminação adequadas através do desenho da nova cobertura, da criação de um saguão e do aumento da superfície envidraçada, conseguido graças ao reposicionamento e redesenho de caixilharia. Numa estratégia de pormenorização de grande controlo da medida, materiais e sistemas de montagem, foi possível expandir as qualidades funcionais de cada espaço, destacando a criação de uma zona de trabalho no patamar da escada ou a possível utilização múltipla e em total privacidade da casa de banho. Desenha-se em profundidade um conjunto alargado de elementos arquitectónicos, alterando de forma surpreendente as condições de habitabilidade das casas. Dos espaços comuns da ilha passaram a fazer parte praças, largos, hortas e bancos dispostos ao longo das ruas que, em conjunto, participam na consolidação de um sistema de espaços, do mais público ao mais privado, reinventando as relações entre a habitação, a ilha e a cidade.
Ilha da Rua das Antas 52Merooficina [Vitório Leite] com Inês Azevedo, Francisco Pereira, apoio NCREP e DAJConstrução e reconversão: 2018 (concurso) -...Promotor do concurso: Habitar Porto e Junta de Freguesia de CampanhãRua das Antas 52
Constituída por 14 habitações organizadas em redor de um pátio, esta ilha foi alvo do concurso Pensar, Construir, Habitar para a sua recuperação e dotação de habitação de qualidade a custo justo. Com vista a potenciar a habitabilidade e sociabilidade do conjunto, a proposta vencedora sugere a demolição das frágeis construções que foram retirando legibilidade ao pátio. Este pátio é o elemento central de um conjunto de espaços pensados para uma comunidade cuja organização se propõe associativa/cooperativa. Nas habitações mantêm-se os paramentos de alvenaria de granito e pensa-se um sistema de agregação baseado em tipologias evolutivas, adaptável às necessidades e especificidades dos futuros habitantes. A evolução passa pela transformação volumétrica da cobertura preexistente, profundamente degradada. A proposta prevê um novo espaço habitável no desvão e os diferentes planos da nova cobertura revestem-se a telha cerâmica plana com novos vãos de dimensão constante, assegurando uma adequada ventilação e iluminação das habitações. Procurando assegurar a viabilidade financeira da proposta são simulados custos de construção, financiamento e manutenção bem como rendas a aplicar em cada fase da intervenção.
Bairro do Lagarteiro, 2008-12Paulo Tormenta PintoPaisagismo: João Nunes (Proap)Promotor: Domus Social, EM
Campanhã é a freguesia que mais alberga bairros sociais camarários, construídos nos anos 1960-70, para acolher moradores das ilhas, barracas e outras formas de habitação precária e sobrelotada. Melhorando a habitação, estes bairros nunca resolveram os problemas sociais, de pobreza e o estigma de exclusão. Com o tempo, acusaram também a degradação física, urbanística e a desarticulação do tecido social e urbano da restante cidade.
O Lagarteiro (projecto original de 1972-76) tem 446 fogos dispostos ao longo de 13 blocos com quatro pisos, num complexo isolado e remoto, de implantação original em cul-de-sac desnivelado, que isolava física e socialmente os moradores. Após o programa social Iniciativa Bairros Críticos (INHRU, 2008), a Domus Social EM lançou duas fases de projecto para reestruturação e requalificação dos espaços públicos, seguindo-se a recuperação dos blocos habitacionais. “O principal conceito do projecto [de recuperação] correspondeu ao aumento das conexões no interior do Bairro e em relação às áreas urbanas circundantes. Um novo arruamento (…) tornou-se a ‘coluna vertebral’ do Lagarteiro e um atravessamento fundamental para a articulação com as redes de transportes públicos, que, entretanto, começaram a circular no interior do Lagarteiro” (da memória descritiva).
Quinta de Baixo, 2014-…Inês Pimentel, Joana Mendes Barata e Olga FeioPaisagismo: Daniel Magalhães (Cirurgias Urbanas)
Rua Barão de Nova Sintra
No final de uma rua que termina quase a pique sobre a linha férrea, uma moradia oitocentista de invulgar configuração trapezoidal e em avançado estado de degradação está a ser transformada para albergar serviços das Águas do Porto, EM. Seleccionada por concurso público, em 2014, a proposta de restauro, requalificação e reconstrução do edificado e logradouro procura preservar a memória estrutural e construtiva do edifício existente: os novos caixilhos recuperam o desenho dos poucos que ainda existiam; os compartimentos são configurados em estreita relação com a métrica dos vãos existentes; a cobertura mantém o mesmo desenho de duas águas, assumindo porém nova materialidade, o zinco em vez da telha tradicional. Em linguagem assumidamente distinta da existente, projecta-se apenas o novo corpo do auditório, enterrado, e o passadiço que liga a Quinta de Baixo à Quinta de Nova Sintra. O magnífico e intricado jardim – configurado através de uma sucessão de rampas, muros de suporte e pontuado por diversos tanques – receberá também nova vida, segundo projecto paisagístico de Daniel Magalhães.
Reconversão em galerias de fotografia e lofts de habitação, 2012-…
Na estreita Rua de Miraflor, 11 antigos armazéns de carvão, do início do século XX, destinados a servir a estação de Campanhã foram sendo individualmente reconvertidos, por iniciativa privada, em lofts para habitação unifamiliar e num pequeno alojamento local, além dos três lotes destinados aos espaços de galeria e de tertúlia do Mira. Quem passa na rua está longe de imaginar a diversidade e riqueza espacial que se encerra naquela longa sucessão de fachadas de carácter industrial. Os lotes partilham o mesmo desenho de fachada exterior, composta por três grandes portadas, o que contribui para a imagem unitária de conjunto. Têm dimensões semelhantes, aproximadamente 5m de largura por 30m de profundidade, e generosos pés-direitos, que permitem a construção de dois pisos no interior. Neste conjunto é possível encontrar intervenções dos arquitectos Adriana Floret, Alexandre Loureiro, Camilo Rebelo, Pedro Bandeira e Tiago Torre.
O Mira, Adriana Floret
As galerias Mira, e mais tarde o Mira Fórum, foram os primeiros habitantes deste conjunto. Com um mínimo de intervenção possível, três dos antigos armazéns foram adaptados a novas funções. O primeiro é um espaço para exposições de fotografia, equipado ainda com um pequeno volume flexível para reuniões ou workshops e com dois quartos no piso da mezzanine para eventuais residências artísticas. O segundo está mais vocacionado para a realização de eventos e tertúlias. Um terceiro, mais recente, na mesma lógica de intervenção dos anteriores, funciona também como espaço para exposições. Instalando-se numa freguesia bastante votada ao esquecimento, o Mira gerou de imediato curiosidade e teve o efeito de mobilizar grande interesse para a zona, facto reconhecido pela própria Junta que lhe atribuiu o Diploma de Mérito Cultural da Freguesia de Campanhã.
Loft 1, Camilo Rebelo
O projecto assume a grande profundidade e estreiteza do antigo armazém, reconvertendo-o num único espaço aberto e fluído, onde os diferentes ambientes e funções do habitar são sugeridos mas não fisicamente delimitados. É um espaço cerimonial, quase eclesiástico, acentuado pela iluminação zenital difusa e pela forte centralidade da composição. A nova construção, em betão aparente, acrescenta-se à já existente parede de pedra, fundindo-se nela sem contudo comprometer a integridade de ambos os materiais. Em fase de construção, é já perceptível a forma como a rigidez monolítica do betão vai sendo corrompida por pequenas subtilezas de desenho: a pequena inflexão na parede da entrada, o delicado arco do murete na mezzanine, a parede curva que delimita a sala e conforta a escada metálica em caracol que une os dois pisos. Se a opção por betão anuncia a longevidade da nova construção, segundo o arquitecto, a qualquer altura pode ser removida: “não se está a transformar nada de forma irreversível”.
Loft 2, Pedro Bandeira com Pedro Nuno Ramalho
Segundo as palavras do autor, construiu-se uma verdadeira “casa para habitar”, resultado de um processo colaborativo com os clientes – um casal com um filho pequeno que trabalha a partir de casa. As grandes prioridades da construção foram ao nível estrutural e do revestimento exterior, tudo metálico, e no de conforto térmico da habitação, contendo mais o orçamento nos interiores e nos materiais de acabamento, que podem vir a ser substituídos, ou mais tarde ser sujeitos a upgrades. Um pátio central divide o estreito e profundo lote, introduzindo mais luminosidade e arejamento, além de permitir destacar o estúdio de música dos espaços destinados à vivência familiar. Em geral, as áreas são contidas mas alargam-se na generosidade dos duplos pés-direitos, nos longos corredores laterais que percorrem o lote em toda a sua extensão, e na comunicação visual que é possível manter entre compartimentos através de três grandes e distintivos óculos.
Sede Blip Web Engineers, 2016Inception Architects StudioAvenida Camilo 94
Na Avenida Camilo, a antiga Garagem Porto Nascente, construída em 1920, mantém a sua imponência: edifício com fachada romântica e uma potente estrutura interior em betão, onde circulavam automóveis, na sua época ícones de modernidade e de estatuto. Aqui se coleccionaram automóveis de luxo e posteriormente se albergou um stand automóvel. Hoje, da fachada em granito ressalta a nova inscrição: Blip Web Engineers – empresa tecnológica que produz código e programa aplicações informáticas para apostas online. A Blip preserva a estrutura original: três naves de betão, duas laterais com dois pisos e a central com dupla altura, criando um pátio central onde agora se localiza o novo volume orgânico, estruturado por passadiços e por “contentores” com várias funções. O projecto segue uma organização espacial orgânica e informal, interligando espaços de trabalho em open space, salas de reunião, cozinha, sala de meditação e de massagem, salas de videojogos e lounges. Na cobertura inclui uma horta comunitária. Através da arquitectura, a Blip promove a ligação entre o trabalho e a vida.
Sede A400, 2010António BarbosaRua António Carneiro 302 A/B
O dentilhado das coberturas na fachada vermelha, cega, voltada para a Avenida Camilo, denota a reconversão de um conjunto de quatro armazéns originais do século XX, dentro do quarteirão murado. Reconvertidos para alojar a sede da empresa de engenharia A400, o edifício assume as estruturas metálicas e as asnas de madeira da cobertura para, em naves remodeladas em open space, definir através de um labirinto de biombos os vários núcleos de especialidades da engenharia, da preparação de obra e do projecto: electricidade, estruturas, modelação 3D e salas de reunião, entre outros. Dentro do mesmo quarteirão, um recinto acessível por uma rua particular, existem diversos usos, armazéns renovados que albergam garagens e pequenas empresas, outros estão ainda ao abandono e aguardam pelo momento de uma futura reconstrução. O modelo 3D do quarteirão, criado por nuvem de pontos pela própria A400, demonstra os diversos estados do edificado deste recinto industrial.
Três Escritórios de Arquitectura
Contribuindo para pensar sobre o futuro da zona, três escritórios de arquitectura (um deles, também de engenharia) estão situados em locais estratégicos da própria freguesia de Campanhã: um na Praça da Corujeira, outro em São Roque (junto à VCI) e um terceiro na Rotunda do Freixo.
B+B Arquitectos, 2005Praça da Corujeira 54
Instalado numa antiga fábrica têxtil, B+B de Francisco Barata, agora gerido por Manuel Barata, desenvolve projectos com uma abordagem oficinal e de grande pormenor construtivo. Dos projectos recentes, destaca-se a reconversão do Bairro de Fernão Magalhães (Bonfim), para a Domus Social, EM, entregue em Julho 2018, e o estudo prévio de Requalificação Urbana do nó de encontro entre a rua de São Roque da Lameira, a praça da Corujeira e a VCI, de 2017, que, nos terrenos da antiga fábrica A Invencível, propõe uma nova praça de entrada ao Matadouro e uma nova rotunda desnivelada de acesso ao Oriente do Porto.
Garcia e Albuquerque Arquitectos, 2007Rua São Roque da Lameira 1439
Frente ao Matadouro, nos escritórios de uma antiga drogaria de materiais de construção – que se mantém aberta – está instalado este escritório dedicado primordialmente à reconversão de habitação histórica no centro do Porto, entre outros. G&A destacou-se com o projecto de arquitectura e o programa para a reconversão do vizinho Matadouro, apresentado em Milão pela autarquia, uma proposta que preservava o património e propunha um novo edifício em altura com viaduto de ligação pedonal ao Metro do Dragão. Esta seria a base programática e funcional do projecto que será agora construído. Na rua, numa ex-tasca em face ao Matadouro, a dupla projecta um pequeno espaço cultural e expositivo independente.
Iperforma – Arquitectura e Engenharia, 2009Rua Esteiro de Campanhã 82
No extremo oriental da cidade, no Freixo, um conjunto edificado remata a rotunda que dá acesso à marginal do rio, bem como à saída da cidade na direcção de Gondomar. A sede da Iperforma responde ao lugar, é eclética e assume diversos caracteres, entre a reabilitação de antigos edifícios habitacionais que enquadram três volumes industriais marcadamente contemporâneos. A uni-los, um novo terraço tira partido das vistas sobre o rio Douro e sobre a zona verde exterior. Projectado pela própria empresa para albergar os seus serviços de arquitectura e engenharia, o edifício oferece na entrada uma galeria pública de exposições e eventos.
Infra-estruturas e equipamentos
Bonfim e Campanhã afirmam novas e antigas infra-estruturas em uso, que cosem e sustentam toda a cidade do Porto, como os Reservatórios de Água ou as novas avenidas rasgadas para infra-estruturar o território. Enquanto aguardam pelo crescimento a Oriente, a avenida das novas Estações de Metro Nasoni e Nau Vitória ostenta-as como jardim e a avenida 25 de Abril serve, ao sábado, a nova Feira da Vandoma e de aparcamento a camionetas e autocarros. Na antiga Eléctrica do Freixo situa-se o Cace Cultural do IEFP e, junto ao rio, o Palácio barroco do Freixo, obra de Nicolau Nasoni recuperada por Fernando Távora, serve de área social ao hotel Pestana Palácio do Freixo, cujos quartos ocupam o que foi Museu da Ciência e da Indústria, as Moagens Harmonia. Simbolizando a necessidade de intervenção e reflexão sobre a cidade, escolhemos o Quiosque do Piorio, equipamento municipal arrendado até Maio 2018, de alcunha “o metro quadrado mais contestado da Cidade”.
Metro Nasoni + Metro Nau Vitoria
Avenida das Estações de Metro
Avenida 25 de Abril + Hospital Privado de Campanhã [em construção]
Avenida 25 de Abril e Viaduto da Corujeira
Reservatórios de Água + Jardins de Nova Sintra
Rua Barão de Nova Sintra
Cace Cultural do Freixo + Circolando
Rua do Freixo 1071
Palácio do Freixo + Moagens Harmonia [Pestana Palácio do Freixo]
Estrada Nacional 108
Quiosque do Piorio + Jardim de São Lázaro
Avenida Rodrigues de Freitas
Terrenos expectantes
Um terreno expectante é um lugar com usos e planos vagos, onde já não operam as funções do passado e onde o futuro aguarda definição. Categoria ambígua e vaga, desligada do contexto histórico, na qual cabem espaços circundantes e remanescentes de infra-estruturas ferroviárias (horta, garagem ou peça de teatro), núcleos de edifícios industriais desmantelados (estacionamento, sucata ou ensaio de graffiti), uma central de energia arruinada e os seus terrenos de suporte (com função neo-romântica), bem como as íngremes encostas das antigas fábricas e ilhas, agora em consolidação sobre infra-estrutura, rocha, escombros e antigos jardins. Se nos quarteirões urbanos e centrais, como o da Garagem Ford, permanece alguma actividade e oxidação, letárgica, noutro, limítrofe, o da gigante Companhia Portuguesa do Cobre, encontramos já a demolição para vir a albergar novas superfícies comerciais de produtos massificados. No extremo oriente do Porto, os antigos locais de produção procuram o seu destino.
Linhas e túneis de caminho-de-ferro
Encosta do Bonfim e Campanhã, cota alta
Edifícios industriais e antigas oficinas gráficas
Rua de Godim + Rua do Monte da Estação
Ruínas da Central Eléctrica do Freixo
Marginal do rio Douro
Terrenos da encosta do rio Douro
Freguesias do Bonfim e Campanhã
Demolição da Companhia Portuguesa do Cobre
Estrada da Circunvalação
Garagem Ford e interior do quarteirão do Heroísmo
Rua do Heroísmo